Wednesday, June 14, 2006

Antes que o blogue vire pó novamente...

E então que as coisas finalmente nascem, brotam dentro de mim num piscar de olhos mais demorado que dou, brincam de gangorra os sentimentos mais vertiginosos que já experimentei, vou da euforia ao choro compulsivo em questão de minutos.
A mulher nasceu. A persona-personagem está quase. Quase. Está se levantando para.
O meu colega de trabalho surta, a louca da biblioteca desliga o telefone na minha cara.
(e essa cena vale a pena contar:)

- Biblioteca?
- Elaine, por favor a Léo?
- Ela saiu pra fumar.
- Você sabe se ela vai à reuniãoa agora ou depois?
- Olha, acho que daqui a pouco. Você quer que eu dê algum recado?

Pá. O telefone é posto no gancho, com aquela delicadeza que cabe a você leitor querido, imaginar.

Eu, indignada e PUTÍSSIMA, liguei novamente.

- Fulana, você desligou o telefone por acaso?
- Sim.
- Posso saber por quê?
- Porque você não me respondeu nem uma coisa e nem outra. Você não foi precisa.
- O quêêêêê??? Você é louuuuca? Você é muito grossa!!!!!

E ela:
- Me dá licença, eu vou desligar de novo.

E eu, histérica (sim, porque ela conseguiu!), chorava de raiva.

Entre tudo isso, uma coisa e outra, eu respiro vez por outra, e sonho com minha mais nova paixão.
Platônica, talvez.
Ou não.

Tuesday, June 06, 2006

Sobre a paixão

Há em mim o sublime e o encantador, que não encontro mais por aí.
Daí vem o vazio. Daí vem o desencanto de tanto tempo.
Não há mais cuidados.
Não há mais.
Não há.
Não.
Nã.
N.

Monday, June 05, 2006

"Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta".
(Camille Claudel)

Dizem que todo ator é um eterno incomodado, um grande insatisfeito.
Eu sou e estou, mais que nunca.
Sou toda inquietações, sou desagrados, sou tristeza profunda, neste momento, neste agora.
Insatisfações com gentes.
Vontade de gritar urgências.
De realizar belezas, de produzir, de correr e correr e me exaurir e começar novamente, de novo, outra vez, tudoaomesmotempoagora.
Escrevo para não enlouquecer, ou para ter mais consciência da minha perdição. Para morrer de tédio e desgosto e amanhecer transbordamentos.
Toda ausência de alegria, neste momento, me faz insana e incessantemente correr atrás de.
E eu determinei.
E eu vou.

Fúria. E sons.

Chega.
A partir de agora não permito mais que ninguém me diga como fazer.
A criação é MINHA, e já pedi opiniões suficientes.
Eu sou capaz de criar sozinha, eu sou capaz de criar direito, mesmo me perdendo um pouco. Porque é preciso se perder para se achar, dentro deste universo esquisito e mágico que é o da criação, da construção, da elaboração de uma persona.
Não quero mais pitacos.
E eu sei que é um tanto radical essa minha atitude, mas a gota dágua foi um dos atores me dizer que tenho de sentir isso por uma pessoa e aquilo por outra, como se eu não soubesse.
Estou furiosa, em primeiro lugar, comigo mesma, porque é exatamente como dizem por aí: "quem muito se abaixa, a bunda aparece".
Então chega. Agora admito pro mundo inteiro que sou capaz e acredito na minha capacidade, sem medo de parecer pedante.
Sem querer parecer humildezinha pra agradar quem quer que seja, pra ser aceita por quem quer que seja.
Eu já ouvi o suficiente de gente criteriosa tudo o que eu precisava para seguir na carreira.
Então tá. Agora chega de bancar a insegura.
Se é uma máscara ou não, nem eu ainda descobri.
Mas o fato é que, independente do que seja, começa a me incomodar por demais.
E eu estou farta.
De mim. E dos outros. E desse espírito hipócrita de grupo que quer se instaurar forçosamente onde não cabe.
A palavra de ordem, a partir de agora é essa: chega.

Thursday, June 01, 2006

O processo

Engraçado meu blog ter saído do ar quando a última coisa que postei nele foi:
Processo de reinvenção.
Acho que aquele tempo, aquelas questões, aquela Elaine: passaram.
Estou absolutamente misantropa nos últimos tempos, inteiramente voltada pra mim, procurando lugares onde eu caiba e deixando aqueles que não me servem mais.
Incrível que hoje de manhã acordei pensando em fazer ALGO REALMENTE significativo para a minha carreira, para a minha vida, para ser feliz. Estes dias li uma dedicatória de alguém, nalgum livro ou disco que dizia: "Tente ser feliz". Isso é tão simples, não? Digo, a escrita. Parece tão óbvio, mas não é. Ser feliz não é óbvio.
Voltando a hoje de manhã, entrei no blog de minha amiga querida e vi que ela se lançou na carreira. Entendo que as condições dela são melhores, que eu tenho um aluguel me esperando todo mês e uma dívida que se encerra em maio do próximo ano.
Mas resolvi hoje: ao fim da dívida, eu digo adeus ao que me deprime, ao que me oprime e faz mal, ao que não me pertence, ao lugar onde eu não caibo e nem nunca coube.
Isto é um confissão.
É um começo.
Sou eu, tentando ser feliz, de uma vez por todas.